domingo, 4 de outubro de 2009

" Imagino uma escola, lugar de sonhos e fantasias, onde o corpo faminto de SABER encontre o SABOR da descoberta, o prazer de aprender..." (Rubem Alves)

Alunos do 7º ano viajam envolvidos no universo mágico da leitura


“Ler não é caminhar e nem voar sobre as palavras. Ler é reescrever o que estamos lendo, é perceber a conexão entre o texto e o contexto e como vincula com o meu contexto “
(Paulo Freire)


MAIS OFICINAS DO GESTAR II



AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP3 – PÁGINA 25

TEMA: Gêneros textuais (biografia e receita culinária)

SÉRIE: 5ª série (6º ano)

TEMPO ESTIMADO: 2 aulas

JUSTIFICATIVA:

Por meio desta aula, o aluno deverá entender que texto é toda e qualquer unidade de informação no contexto da interação e que eles estão presentes em nosso dia a dia sob as mais variadas formas.

OBJETIVOS:

- Identificar diferenças e semelhanças na organização de textos utilizados em diversos contextos de uso linguístico.
- Identificar a finalidade de textos de gêneros diferentes.
- Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.
- Estabelecer relação causa/conseqüência entre partes elementos do texto.
- Conhecer a história de vida de diversos autores, através da leitura de textos biográficos.
- Elaborar a sua própria biografia, escrevendo-a em terceira pessoa.

- DESENVOLVIMENTO

- Apresentar em cartaz a biografia de Carlos Drummond de Andrade e ao lado um cartaz com receitas culinárias.
- Analisar e comparar os dois tipos de textos, identificando os tipos de informações contidos em cada um.
- Apresentar vários livros para que os alunos leiam as biografias e comparem os estilos dos escritores.
- Propor que cada um dos alunos elabore sua própria biografia, na terceira pessoa, como foi feita a de Carlos Drummond de Andrade.

LIÇÃO DE CASA – COMENTÁRIOS SOBRE A ATIVIDADE

Foi uma atividade interessante para os alunos, pois eles relembraram fatos acontecidos desde a infância. Observei que eles encontraram dificuldades ao escrever a biografia na terceira pessoa. Nem todos os alunos gostaram da atividade, pois acharam difícil e trabalhosa.



sábado, 3 de outubro de 2009

AVANÇANDO NA PRÁTICA - TP2 – PÁGINA 95

TEMA: Cinema como a representação de uma obra de arte

SÉRIE: 5ª série (6º ano)

TEMPO ESTIMADO: 6 aulas

JUSTIFICATIVA:

Por meio desta aula, estimular o gosto pela linguagem cinematográfica ao despertar no aluno a sensibilidade para a emoção, para a beleza e para o envolvimento entre imagem e som. Um filme, como qualquer obra de arte, possibilita várias leituras, pois cada espectador tem seu próprio universo de informação e percepção. No caso de Pequenas Histórias o professor/educador pode ser o mediador para que esse universo venha à tona, enriquecendo assim as várias discussões que o filme pode suscitar dentro e fora da sala de aula em seus vários desdobramentos, seja pelo seu tema central ou pelos secundários.

OBJETIVOS:

- Identificar recursos expressivos em imagens e sons .
- Reconhecer as características da linguagem poética.
- Sensibilizar o aluno para a beleza da construção cinematográfica.
- Enfocar o ato de ler e contar histórias como uma das possibilidades de se
romper o confinamento cultural, e facilitar a imaginação criadora de crianças,
jovens e adultos;
- Propiciar vivências de processos de criação e expressão de quem conta e de quem ouve, facilitando a descoberta do contador de história que reside em
cada um de nós.

- DESENVOLVIMENTO

- Iniciar a aula com a discussão sobre o que é arte e quais são as formas de arte que os alunos mais admiram.
- Apresentar livros e revistas contendo gravuras de telas de pintores famosos,
apresentações de dança moderna e clássica, cenas de teatro, novelas e filmes, além de capas de cds e dvds.
- No segundo momento, quando os alunos já reconhecerem as várias representações do conceito arte, fazer a apresentação do filme a ser assistido, dizendo que ele narra histórias da roça e da cidade e que as quatro histórias contadas no filme trazem elementos de riso, magia e medo.
- Comentar que o filme Pequenas Histórias traz personagens e histórias saídos do imaginário brasileiro, especialmente de Minas Gerais. E que Minas é território de fábulas e casos, onde existe uma rica tradição de narrativa oral. Pequenas Histórias junta a moderna linguagem audiovisual com o estilo mineiro dos contadores de histórias e põe na tela uma mineirice universal.
- Após assistir o filme mostrar que Cinema, contação de histórias e literatura são linguagens que têm em comum o fato de serem formas de narrativa.
Mas cada uma tem suas especificidades. A ficha técnica de um filme, por exemplo, nos dá uma noção da quantidade e variedade de profissionais necessárias para colocar uma história na tela grande e de que o cinema é realmente um trabalho de equipe. Discutir quais são as diferenças entre as linguagens citadas.
- Conversar com os alunos sobre as diferenças entre as histórias do meio rural e do meio urbano, ou o que elas podem ter em comum. Quais são as superstições e crendices do homem do campo e do homem da cidade? Trabalhar as superstições pensando no que são, de onde vêm e porquê.
- A fim de incrementar o vocabulário, pedir aos alunos para descobrirem, com a ajuda do dicionário, o significado das “novas” palavras apresentadas no filme.
- Relacionar e refletir sobre o uso e significação de algumas expressões inusitadas e por vezes até absurdas, típicas de contação de histórias encontradas no filme:
“No dia seguinte, minha tia acordou morta”.
“Esta árvore é que nem parente, conheço desde semente”.
“Gente que nunca morreu tá morrendo”.
- Estudar textos relacionados com as narrativas do filme, tais como a Iara e narrativas de terror e medo.

LIÇÃO DE CASA – COMENTÁRIOS SOBRE A ATIVIDADE

Foi um trabalho muito rico e positivo, onde o filme trabalhou e despertou a imaginação, pois não só contou histórias, como as colocou no centro da discussão. A bordadeira, a varanda, a colcha de retalhos, o ritmo: elementos que ajudaram a construir uma casa própria para as palavras. Numa associação da moderna linguagem audiovisual do cinema com uma estética singela e encantadora do mundo da contação de histórias, o filme trouxe uma reflexão sobre diferentes formas narrativas. Os alunos se envolveram, assistiram ao filme com o maior interesse e participaram ativamente das discussões realizadas após o filme.
Entender que o audiovisual está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas é entender que ele, por sua vez, também influencia o cotidiano da sala de aula. Acredita-se que a interpretação desta linguagem também é papel da escola e do professor.




GESTAR II - ATIVIDADES PRÁTICAS


AVANÇANDO NA PRÁTICA - TP1 – PÁGINA 86

TEMA: Leitura silenciosa e reconto

SÉRIE: 5ª série (6º ano)

TEMPO ESTIMADO: durante todo o ano escolar

JUSTIFICATIVA:

Por meio desta aula, mostrar aos alunos que a sala de aula é um espaço de interação onde eles têm a oportunidade de se expressar e também ouvir. Deixar claro que o momento do “Palanquinho” é um momento agradável onde eles podem socializar suas leituras, avaliar sua linguagem oral e sua capacidade de resumir ou apreender a idéia geral de um texto.

OBJETIVOS:

- Ampliar a competência de leitor ao realizar a leitura de livros diversos, de acordo com seu gosto pessoal.
- Aprender a ouvir o outro, a prestar atenção e acompanhar até o fim do raciocínio.
- Desenvolver a linguagem oral e corporal ao reproduzir, oralmente, a história.
- Descrever ambientes e personagens dos livros lidos.
- Fazer apreciação de características de personagens e situações da história.

DESENVOLVIMENTO

- Iniciar a aula com a leitura dramática de uma história, escolhida de acordo com o interesse da turma.
- Comentar sobre a importância da leitura no mundo de hoje sobre o prazer que uma boa leitura nos proporciona.
- Visitar a biblioteca da escola com o objetivo de escolher um livro que desperta a curiosidade e a vontade de ler.
- Levar o livro para a classe e deixar alguns minutos reservados para o aluno iniciar a leitura.
- No segundo momento, já previamente marcado com os alunos, realizar o momento “Palanquinho”, que é o reconto pelo aluno da história lida.
- Através do interesse dos colegas ao ouvir a história, o próprio aluno se auto-avalia quanto à capacidade de reproduzir a história com suas próprias palavras.

LIÇÃO DE CASA – COMENTÁRIOS SOBRE A ATIVIDADE

É uma atividade que vem envolvendo cada dia mais os alunos. Hoje os alunos do 6º ano são os que mais visitam a biblioteca para retirar livros. Todos querem participar do “Palanquinho” e recontar suas histórias. O objetivo da aula foi alcançado com tal sucesso que agora teremos “Palanquinho” durante o ano todo.

MEMORIAL



Vamos bordando a nossa vida, sem conhecer por inteiro o risco; representamos o nosso papel, sem conhecer por inteiro a peça. De vez em quando, voltamos a olhar para o bordado já feito e sob ele desvendamos o risco desconhecido; ou para as cenas já representadas, e lemos o texto, antes ignorado. E é então que se pode escrever - como agora faço - a "história"...


Magda Soares, Metamemória-memórias


Retalhos de mim
Acontecimentos marcantes – como as manifestações de rua em maio na França, a ofensiva do Tet que mudava os rumos da guerra no Vietnã, a primavera de Praga, as batalhas da polícia contra estudantes no México, no Japão, no Brasil e em outros países –fizeram de 1968 um ano mágico e mítico, a simbolizar a rebeldia mundo afora.
As manifestações brasileiras em 1968 estavam em sintonia com o que ocorria no mundo todo no período, mas tiveram a particularidade de inserir-se na luta contra a ditadura militar e civil que interrompera o processo democrático em 1964.
A contestação radical à ordem estabelecida difundia-se socialmente também no cinema, no teatro, na música popular, na literatura e nas artes plásticas. Em 1968, manifestações culturais diferenciadas cantavam em verso e prosa a esperada “revolução brasileira”, que deveria basear-se na ação das massas populares, em cujas lutas a intelectualidade de esquerda estaria organicamente engajada.
Manhãs de maio. Manhãs em que o frio é gostoso. Em que o sol vem brilhando com menos força. Em que o céu mostra um azul mais bonito. São manhãs que dão gosto de ver. Numa dessas claras e ensolaradas manhãs, mais especificamente no dia quinze, na típica cidadezinha do interior das Minas Gerais chamada Carmo da Mata veio ao mundo uma menina que amava a vida, as pessoas e os livros.
Cresceu perto dos seus pais e avós. Morava em um sítio. Convivia bem com todos os que a rodeavam. Não era uma menina mimada. Sempre tímida e muito sonhadora, gostava de desenhar e pintar.
Lembrava-se do seu primeiro dia de escola como se fosse hoje e ao mesmo tempo com certa saudade ou mesmo nostalgia... A primeira professora... As primeiras letras... O primeiro livro...
Mas tudo foi crescendo, e a menina quis ser. Se fosse,queria...ser médica para “tirar a dor das pessoas”;ser bailarina para “ficar na ponta dos pés”, ser aeromoça para “comer o algodão doce do céu”.
A menina começava a transformar-se. A mudança do sítio para a cidade também contribuía para aumentar a agitação já típica da adolescência. A escola era outra e as amizades também... As primeiras confidências... "Segredos de escola”... As tardes na praça com a turma ao som do violão... Nossa linda juventude... Páginas de um livro bom... As risadas... As paixões... O coração de estudante falando mais alto... O que importava era ouvir a voz que vinha do coração...
O tempo passou... A adolescente tímida mulher se tornou... Mas sem esquecer o que um dia escreveu: "E ainda há mais, e preciso de ensino para o ser".
Esta menina, que ainda é, e ainda sonha em ser e aprender e conhecer... sou eu....Cibele Monterrey Alvarenga....mulher, guerreira, mãe...
Sou um drama que não deu certo, virei comédia... (será que é divina?)
Do lado de dentro sou poesia, e do lado de fora sou só prosa...
Sou tanta coisa que nem sei como cabem todas dentro de mim.
Quanto mais procuro palavras para me descrever, mas sinto que elas me faltam...
Talvez seja isso, não tenho definição...
Uma vez tentei ser alguém que eu não era... De repente comecei a perceber que havia muito mais de mim ali do que eu queria que tivesse.
Talvez eu seja como um caleidoscópio... As mesmas pecinhas que me compõem podem tomar diversas formas, vai depender de como você vê.
Sou assim: mistura de mim, tímidos demais, detalhistas demais, inquietos demais, rebeldes demais, questionadores demais, responsáveis demais, misteriosos demais, românticos demais, tagarelas demais, muitas vezes moleques, peraltas, alegres, tristes, melancólicos. Amo meus familiares. Apaixonada pelo meu casal de filhos adolescentes, sou mãe amorosa...
Toda esta mistura depois de separada formam meus eus... Meus retalhos d’alma...
Tudo que eu amo, eu amo com muita força. Inteiramente.
Família, amigos, pessoas, música, pôr-do-sol, fotografia, prosear, cores, livros, chocolate, ler em dias chuvosos, fazer rir, gramados, filmes, margaridas... Colecionar instantes, atravessar as entrelinhas do horizonte, correr com o vento...
Em minha vida, em tudo que me proponho, costumo ir até o fim. Nunca além dele...
Antes eu gostava de ver os vaga-lumes, agora eu corro atrás deles sem medo da escuridão...

"... Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam ... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as ... Amo tanto as palavras ... As inesperadas ... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem ... Vocábulos amados ... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho ... Persigo algumas palavras ... São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema ... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas ... E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as ... Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda ... Tudo está na palavra ..."

A palavra/Pablo Neruda

GESTAR II – Programa Gestão da Aprendizagem Escolar

O GESTAR II – Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – é um programa de formação continuada, na modalidade semipresencial, destinado aos professores da 5ª à 8ª série (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa e Matemática.O foco do programa é a atualização dos saberes profissionais por meio de subsídios e do acompanhamento da ação do professor no próprio local de trabalho.

Ler o mundo sempre precede ler a palavra, e ler a palavra implica continuamente ler o mundo... Neste caminho, entretanto, nós podemos ir mais longe e dizer que ler a palavra não precede meramente o ato de ler o mundo, mas de uma certa forma de inscrevê-lo ou reescrevê-lo, que é de transformá-lo por significados de consciência, trabalho prático. Para mim, esse movimento é central para o processo de Letramento.(FREIRE; MACEDO, 1987, p. 35)